domingo, 12 de junho de 2011

Dia dos namorados perfeito

De modo geral acho que as datas comemorativas são bobas. Mero argumento comercial para turbinar as vendas. Gosto de aniversários. E também de Ano Novo. Gosto dessas datas porque elas “zeram o cronômetro” e nos dão a referência necessária pra gente não se perder no tempo. Já dia das mães, dia do índio, dia da árvore, dia dos namorados, acho pura bobagem.

Quando se tem um namorado, dia dos namorados tem que ser todo dia. Todo dia a gente devia lembrar o porquê daquela pessoa ser o nosso namorado. Todo dia devia tratar bem, cuidar, mimar, amar. E presente, que é tão bom de ganhar, é melhor ainda quando se ganha fora da data, não por ser dia de alguma coisa, mas porque é tão gostoso dar ou ganhar um presente só porque dá vontade ou tem a ver...

Tem quem se deprima por não ter um namorado no dia dos namorados. Acho uma tremenda perda de tempo. Quem não tem namorado e se preocupa com isso devia aproveitar a data para pensar no que, de fato, significa ser solteiro: ter a vida diante de si, cheia de possibilidades.

Ter namorado é gostoso, ainda mais nesse frio. É bom ter alguém pra abraçar, pra beijar, pra dormir com as pernas enroscadas, ir ao cinema e dividir a pipoca. É muito bom amar alguém daquela maneira que a gente nem consegue medir e se sentir amado de volta no mesmo tanto. Mas penso que isso só é tão bom assim porque é raro, especial e não é com qualquer pessoa que dá certo. E não faz sentido se for de outra forma.

No dia dos namorados gosto de pensar nos motivos certos para se ter um namorado. Não pode ser por carência. Não pode ser por medo. Não pode ser por conveniência, nem por interesse ou circunstância. Gosto de pensar que namorado é um melhor amigo com quem dá pra dividir paixão – e toda delícia que a paixão compreende.

Quando não tenho namorado, gosto de lembrar no dia dos namorados que não é sempre que a gente pode ter tudo. E quando a gente não tem namorado, não tem por quem suspirar ares românticos nem com quem partilhar aqueles momentos em que é tão melhor ter companhia, gosto de pensar que esta é uma ótima oportunidade pra mergulhar nos meus próprios sentimentos e pensamentos.

Acho que as pessoas solitárias, na verdade, são pessoas mal resolvidas com elas mesmas. Acho isso porque acredito ser importante saber ser só. Quando estamos sós percebemos muito melhor as coisas que nos são importantes e isso nos dá a chance de fazer aquelas correções de rota necessárias para que a gente evolua: estou feliz com minha vida? cuido bem dos meus amigos, da minha família? faço coisas que me dão satisfação? faço bem para as pessoas? se eu deixar esse mundo amanhã minha visita aqui terá valido a pena?

À despeito de todas as dores, crueldades e tristezas que existem espalhadas por aí, não é difícil ser feliz se você faz a sua parte e aceita como aprendizado o que o mundo te devolve. Às vezes é tão difícil que a gente acha que não vai agüentar, mas a verdade é que não há nada que se apresente no nosso caminho que não nos caiba – e só depende da gente mesmo a decisão do que fazer com isso.

Por isso, no dia dos namorados ou em qualquer outro dia, a regra de ouro é: aproveitar cada minuto sem pressa, degustar as experiências, prestar atenção para fazer e receber o bem, cercar-se de pessoas boas e quando estiver só lembrar de tudo isso, assim o coração fica nutrido e pronto para receber o que lhe for destino, seja paixão ou decepção (porque sempre há 50% de chance para cada lado), mas não desanimar NUNCA e nem esquecer que é muito legal ter boa companhia até para ficar sozinho.

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