domingo, 15 de outubro de 2017

Obsessão meditativa


Ela nunca havia se preocupado em conter as obsessões. Na verdade, não tinha controle algum sobre elas. Ao invés de antever as crises, ela tinha paciência. Para todo o resto na vida era passiva. Mas quando se encantava com algo ou alguém, pronto, focava no alvo como uma seta, e perseguia o cerne do seu objeto de afeto como água atingindo a terra. Exauria-se com o assunto. Decepcionava-se com as pessoas. Tudo e todos têm falhas, obviamente. Pensava nisso obsessivamente, enquanto dava-se conta de que o pensamento mântrico também tem um quê de obsessivo em rua repetição eterna. Sentia-se mais louca do que nunca. E cada vez mais pronta para ser monge.
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