quinta-feira, 19 de setembro de 2013

sem sentido

o sentido da poesia é ter todos os sentidos e nenhum.

pôr-sem-sol

você longe não tem a menor graça. nem o sol aparece na praça...

bilíngue

vem falar a minha língua, vem. ela anda muito só.

no ar que respiro

esse amor que sinto, essa dor que sinto, essas emoções que as coisas todas me causam e me sufocam... partículas como dessas, que formam o ar. você simplesmente não consegue separá-las.

gosto ansioso

não é uma bobagem essa ansiedade pela primavera? não é uma bobagem essa ansiedade por qualquer coisa?

tempo instável

chuva e sol
sol e chuva
o espanhol fugiu
com a viúva
e eu fiquei aqui

no tempo

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

olhos de cigana

pôr os olhos em alguém pela primeira vez e saber, sem ter porquê, que ela nunca mais vai sair da sua vida.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

terça-feira, 10 de setembro de 2013

assemelhar

nessa distância enorme entre nossas diferenças
estão todas as nossas semelhanças

tumulto

tem horas em que tudo destrambelha. e outras em que tudo se ajeita. entre uma coisa e outra a vida acontece.

domingo, 1 de setembro de 2013

Mós sem paz

A mós que nos movimenta
Gira em círculos num sentido lento
O da paz que nos alimenta,
O da guerra que se instala com o vento

São monstros surreais o que vemos
São aves feitas de nuvens o que temos
E o que tememos não existe
A liberdade é uma ilusão
Não há nada mais livre que a solidão
E nada mais vivo que uma paixão

Portanto não há paz no plural
Somos moinhos de duas mós
Somos eu, tu, eles, nós...
Cada pá numa direção
Palavras sem rima ou explicação
É o caos que move o mundo
O vento que não vemos
O tempo que não temos
O fim inesperado
O infinito que não sabemos