domingo, 20 de março de 2011

PELAS PAREDES

Olhou para as paredes assustada, como se seus maus pensamentos fossem declamados como poemas amorais. Olhou para as paredes como se elas pudessem olhar de volta em reprimenda. E depois deu de ombros, como faria não só com paredes, mas também com todo o resto que já não servia mais. Precisava de horizontes, de amplitude, não de paredes, de divisão. De concreto agora só o medo.

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