domingo, 20 de março de 2011

Café

O que explica gostarmos do que nos faz mal? Cerveja, cigarro, café, gente que não nos quer, que não nos estima ou, pior, que não nos suporta... Por que será que há coisas tão óbvias e determinantes com as quais temos de lidar mesmo que o gosto seja amargo e que o estômago recuse a invasão? E lidamos por escolha própria. Nos envenenamos e achamos bom. Nadamos no próprio problema como se ele fosse uma piscina rasa e não o mar de ondas ora pequenas ou grandes – esquecemos que a piscina é o parêntese, aquele momento precioso no tempo, e o mar em toda sua vastidão é essa vida que não é só sua, só minha, mas de todos e tudo mais que acontece a nossa volta. Eu não gosto das ondas grandes, mas elas existem. Eu gosto muito de café, mas meu estômago não.

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