quinta-feira, 31 de março de 2011

Masala

Ele tinha um Ganesha tatuado no braço. E foi assim que eu gravei seu nome no celular. Era meio carioca, meio italiano. Tinha nome de gângster e atitude elegante-sem-frescura. Parecia gentil. Tinha um sorriso de menino e olhar de homem cruel. Estava com a família e parecia feliz. Me disse depois que era aniversário da mãe. Achei doce ele falar da mãe transparecendo amor daquele jeito, sem se preocupar se aquilo teria qualquer efeito. Tempos depois, quando me beijou de maneira violenta, aquilo confirmou dentro de mim a pequena confusão que faço sempre, de estranhar essas pessoas especiais, que a gente não encontra com muita frequência. O equilíbrio entre o doce e o sal, como no molho de tomate para não ficar ácido.

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