terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Palavras que não são para você gostar

Para você, que gosta do que lê. Para você que me vê diferente. Para você que me espia, me olha como um voyeur, sabendo que estou olhando, sabendo que estou gostando de te saber ver. Escrevo porque preciso. Te escrevo porque não falo, porque calo coisas importantes, porque esqueço o que ia dizer, porque não penso na velocidade da minha boca, porque minhas palavras nascem letra a letra. Não nascem fonemas. Não nascem prontas, cuspidas, vomitadas. Minhas palavras são educadas. Mesmo brutas, querem ser elegantes, querem ser grandes palavras. Querem ter a grandeza que não tenho. A pureza que perdi. As certezas que me enganam. Os sentidos que ficam bom no plano, mas não na entrega. Então, você, que lê achando que entende, seja bem vindo a esta confusão organizada. O que você vê, é o que você tem. O que você lê poderia ser seu. Mas não é. E não ache ruim. Também não é meu.

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