terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

DE PERTO E DE LONGE


Um dia a tristeza que morava nos olhos dela encontrou a tristeza que morava nos olhos dele. Se entenderam desde o primeiro instante, fizeram amizade, se esqueceram do vazio que morava neles, quase invisível, mas que viam e que se viam, um nos olhos do outro. Aquele buraco negro que não sabiam o que era, não sabiam o que existia nele, naquele vácuo que estava ali, na infinidade do olhar de ambos. Se esqueceram disso porque se olharam muito de perto, viram outras coisas, se esqueceram do resto, se perderam no entorpecimento que trazia a companhia. Mas a tristeza não tem amigos e só se lembraram disso quando olharam para lados diferentes e distantes.

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