segunda-feira, 2 de maio de 2011

OUTROS VENTOS

Enquanto eu choro, há um monte de gente rindo. E no dia em que eu estiver rindo, vai haver outro monte de gente chorando. Que posso eu fazer além de viver a minha vida? Você certamente está vivendo a sua. Que posso eu fazer se há tantos caminhos pra gente escolher e às vezes a gente pega o certo, às vezes pega o errado e independente da escolha, às vezes ele vai ser tortuoso e complicado. Vai haver vezes em que vou querer sumir ou querer que você suma. Vai haver vezes em que a grama mais verde não será a minha. Mas certamente haverá muitas vezes – como já aconteceu, então tenho provas! – em que a grama mais verde será a minha. E se não for, será de alguém que quer dividir sua grama verde comigo e vamos tomar juntos o sol da tarde que é carinhoso e faz a gente achar que está sonhando, de tão leve que a gente se sente. E haverá outros dias absolutamente corriqueiros. Dias de trabalho, de esforço, de fazer coisas chatas, de ficarmos presos no trânsito. Dias nublados ou frios ou chuvosos. É fácil ser feliz com vento de popa, me disse uma vez um amigo. E me lembro de um dia em que estávamos nós dois na popa de um barquinho, num dia morno de céu muito azul. Me lembro: era dessa felicidade que ele estava falando. Ela é real. Então não posso esquecer: navegar é preciso. E é preciso saber lidar com os todos ventos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário