sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O que temos que fazer

O dia mal começou, o céu acabou de mudar de cor e me parece cedo demais para algumas coisas e tarde demais para outras. Me parece que o tempo anda lento. Me parece que falta alento para tanto engano... Me parece um engano eu estar aqui e você não. Me parece um erro pensar assim – porque mesmo você não estando aqui, há você em cada lacuna desta noite enganada que acabou, em cada pausa entre as notas deste solo. Me parece errado pensar que tudo está perdido só porque não me encontro ainda em você, já que tudo está tão impregnado de você em mim.

E nesta pausa que fizemos – um intervalo caprichoso dos destinos, como aquele espaço que existe entre as linhas paralelas que se encontram no infinito -, nesta pausa que parece infinita, há coisas demais que não foram ditas, que não foram feitas e confesso que me cansei delas. Me cansei do que não foi. Fizemos o que tínhamos que fazer e agora é hora de olhar para frente. O dia mal começou e ainda é cedo. Temos o dia todo. Vamos fazer o que há para ser feito. E eu penso que deve ser assim, como num solo – não há regras. As notas de encaixam sem esforço, desde que se respeite a natureza de cada uma delas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário