quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Rotas

Não sei mais se deixamos, se fazemos, se movemos os moinhos e esperamos que os caminhos se definam por si sós. Não sei se é uma questão de sol. Não sei se é uma questão de sal. Não sei se me faz bem ou mal. Nem sei... Mas vejo, espero, intuio, não sei o que sentir. Nem o que dizer. Nem para onde ir. Porque os pontos cardeais sempre me confundiram. E quando o norte muda, tudo muda. E quando você muda, eu mudo, e de repente já não sei mais onde estou. E o que importa? Não sei, mas há você para me levar, me guiar, me perder, me forçar a ser mais que sou, o que preciso, o que busco sem saber existir. Me perco. Respiro, volto, acho tudo tão importante. E o ponho ao lado do mundo e vejo sua insignificância. E vejo que se pode ser assim, tudo tão pequeno ou tão grande, tão longe e tão igual, no mesmo nível, em outros planos, em térmicas a flutuar ou profundidades abissais a flutuar também, brincando com a gravidade, brigando com a brutalidade dos fatos, seres, fazeres que temos todos os dias. Não, não é fácil existir. Mas o quê? Desistir? Desistir não, que sempre há uma última risada, um engano, um nada, um vazio que vai passar. Um fiapo de algo bom, que não é nada mais que algo frívolo, mas ainda assim real. Não há outro modo: a felicidade é uma viagem individual. Me pergunto se embarcam na minha. Se embarcam na sua. E se em algum momento os barcos se encontram. Faz sentido. E talvez nesse momento é quando as coisas fazem sentido mesmo, por menos sentidos que pareçam ter.

Nenhum comentário:

Postar um comentário