terça-feira, 14 de setembro de 2010

Insônia compartilhada

Passaram horas conversando. Já era meia noite, mas era como se fosse meio dia. A cabeça invadida por pensamentos roubava o sono dele. Os sentidos atrapalhados e confusos alimentavam a insônia crônica dela. Então ficaram ali, cada um no seu canto, com muitos quilômetros de estrada e mar entre eles, a pensar naquilo tudo, nas coisas que a gente não controla, que não espera, que não dependem de nós, e em como somos suscetíveis a uma palavra bem colocada, um gesto, uma frase. Afinal, que razão haveria para sentir aquelas coisas se não fosse possível dividi-las com quem entendesse o que estavam dizendo? E então ele disse a ela – amanhã vou ser uma pessoa melhor. E foram dormir felizes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário