domingo, 5 de agosto de 2012

Manhã de domingo


Numa manhã de domingo acordou achando ter ouvido a música do despertador. Não era. Não era nada. Era domingo. Será? pensou com os sentidos enroscados entre o sono e o sonho. Esticou o braço e viu que ela estava ali, respirando como quem mergulha na profundidade. Ele queria dormir mas não podia mais. Havia muito para pensar, para fazer, para esquecer… e uma sequência de pensamentos que preferia evitar invadiram sua cabeça zonza como uma avalanche – reminiscências de coisas que não existiam mais, pessoas que já não eram mais presentes, que não podiam mais estar perto; experiências de uma época passada e distante. Fechou os olhos e deixou que as memórias continuassem a aparecer, como estrelas cadentes. Lutar com memórias é uma luta inútil. Além do mais, era domingo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário