terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Dezembro ao norte

Dezembro é uma ampulheta com muita areia caindo. Uma curta contagem regressiva para tantas coisas quanto se pode caber dentro de um ano inteiro. Queremos passar por ele rápido, como se fosse apenas uma conexão, uma paradinha em excessos de qualquer coisa - até de afeto. Sobra muita coisa em dezembro - coisas não cumpridas, não resolvidas. E a gente se absolve diante da oportunidade ali, zerando o cronômetro. Mas cortar o tempo é bobagem. A gente se esconde no tempo só porque ele parece resolver as coisas. Não é verdade: quem resolve as coisas não é o tempo. O tempo é só um recurso, um transporte. Um mero norte.

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