sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Acorda

A bofetada acordou os seus sentidos. Arrancou-lhe lágrimas e integridade. Não sabia, porém, se aquilo provocava tristeza, dor ou escárnio. Havia merecido a bofetada. Ela lhe servia, sem dúvida. Ela fazia seu sangue correr, seu ar faltar e sua necessidade de fuga explodir de forma grandiosa. Então riu, não para zombar, mas para se despedir sem rancores ou arrependimento. Riu e foi embora lentamente.

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