quarta-feira, 30 de junho de 2010

Saudade de uma nota só

Saudade é um sentimento esquisito como o jazz. Registra a ingratidão numa foto. Transforma Luisa, apenas uma moça bonita, em ninfa, deusa, musa inspiradora do que todas as mulheres adorariam ser para serem cantadas assim. Saudade é assim, desmedida, descabida, desentendida de qualquer norma, vontade ou controle. É vontade e só. E ainda que a gente saiba que ninguém morre por causa disso, todo mundo que morre de vontade de algo sabe que morre um pouquinho quando apenas passa vontade. A mim, parece ser como o jazz: todo mundo sabe que é a ordem do caos, mas quem ama esse caos não apenas o entende como não vê graça em nada mais simples do que essa vontade de mais uma nota.

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