quinta-feira, 3 de junho de 2010

No escuro

Ele acendeu a luz para vê-la melhor. Estavam no escuro já fazia tempo. Era preciso que se vissem agora, às claras, sem disfarces, sem nuances, sem romance. Que se vissem com verdade, que questionassem a verdade entre eles – que descobrissem afinal, se no fundo não estavam apenas vivendo uma mentira. Ele acendeu a luz como quem acende um cigarro depois do café, esperando que as coisas se completassem. Mas viu que, na verdade, não há mais nada inteiro. Apagou o cigarro e começou a juntar os pedaços.

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