terça-feira, 24 de julho de 2012

Quando você presta atenção


O ar parado, sem ser frio nem quente, perdido entre as estações. É inverno e o frio pinga. Aparece dia sim, dia não, como o sol, como tudo o que é vivo e não é igual todos os dias. Porque as pessoas não são feitas de pedra, por mais duras que sejam. Não são feitas para perecer, por mais frágeis que sejam. Não são feitas para hibernar, por mais inóspito que o mundo seja – porque ele também tem verão, veranico, calor, abraço de amigo, beijo de criança que estala, gente que sabe virar estrela, jogar capoeira, tocar guitarra, pintar com aquarela, fotografar com filtro vermelho, escrever um poema com mais dez pessoas. E o ar parado, sem ser frio nem quente, permanence indiferente à quem não presta atenção.

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