segunda-feira, 14 de maio de 2012

Outono é época de confusão


O homem olhou o relógio apressado. Com pressa de quê? Sua pressa não iria acelerar a saída do avião. Estava com pressa e isso de nada lhe servia. Lhe alimentava a ansiedade, a vontade de sair dali, de ir lá for a fumar um cigarro, a impotência por não pode sair dali, e nem mesmo acender um cigarro ali mesmo, já que obviamente ali não era permitido fumar. Quando é que tudo ficou tão complicado? Foi quando notou uma garota, sentada no banco da frente, vendo fotos no computador. Ela devia ter o quê, uns 30 anos? Um pouco mais, um pouco menos. Ela estava de calça jeans e camiseta, era qualquer pessoa, só mais uma a esperar. Mas enquanto esperava ela via fotos no computador. Fotos da praia, do mar, peixes, pássaros, um homem de chapéu e pessoas sorrindo. Ela via as fotos devagar e ele sem querer tinha embarcado na viagem dela. Era outono, claro que o teto de Curitiba estava baixo e o vôo iria atrasar. A gente teima em perceber que o outono é uma época de tempo confuso e, de repente, não podemos controlar nem mesmo o destino da viagem.

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