domingo, 14 de março de 2010

Morte lenta

Seu desinteresse pelas coisas crescia a cada dia. A bateria do telefone acabou. Seu irmão comprou outra e lhe deu para trocar. Há uma semana a bateria dormia ao lado do telefone sem fio, morto sobre sua base cheia de botões nunca usados. A luz acabou e, meia hora depois, quando voltou, a única comemoração na casa escura foi a do telefone, energizado subitamente pela volta da eletricidade, que lhe deu voz para alguns últimos gritos de vida.

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