quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #12

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

 #12 - A morte, segundo o Hinduísmo

Segundo a crença indiana, os elementos imponderáveis formam o suporte da alma libertada, a qual, destituída de seus órgãos físicos, não tem desde logo consciência de sua passagem de uma vida à outra. Mas é a mesma alma que passa por uma série de existências: o sono sem sonho não impede ao adormecido de ser o mesmo ao despertar.

A alma não pode perecer como o corpo. As miragens da vida terrestre iludem o espírito humano que crê na realidade delas. Ele se esquece de que o "fio de ouro", guia infalível para a Unidade que o libertará de seu isolamento temporário, de sua prisão carnal, é a única realidade neste mundo.

Om é a sílaba sagrada, o Brama, o Absoluto, inato, Eterno, sem fim, que não morre quando se mata o corpo; estável em meio ao instável, o grande e onipotente Atman, todo o que o conheceu, é isento de sofrimento.

Não é pelo ensinamento que se adquire esse átman, nem pelo intelecto, nem pela revelação abundante, mas ele adquirido pelo seu eleito.

Ou seja, é preciso escolher a libertação. O Om é a palavra que glorifica esta busca.

- trecho de 'A Morte no Hinduísmo' por Solange Lemaitre em 'O Hinduísmo' (1958).

Nenhum comentário:

Postar um comentário