terça-feira, 3 de abril de 2012

Ser só


A solidão é um exercício.
Às vezes é preciso estar só, mas parecem ser raras as pessoas que buscam a calma e a paz dos próprios pensamentos.
Ser só não é mais bonito, nem mais alegre, nem mais rico do que ter companhia. Não necessariamente. Mas nada como estar só para aprender a valorizar a própria companhia.
A discussão é importante. A troca, a entrega, a doação, a paciência e interesse genuínos em ouvir os outros é fundamental para crescer forte e saudável.
Mas estar só, mesmo quando se busca companhia, mesmo quando a saudade inunda sua memoria com lembranças espalhadas nas imagens que você vê, nas canções que escuta, nos livros, notícias e fragmentos de coisas que lê; lidar com essa solidão é aprender a tirar o band-aid sozinho. É desafiar a criança mimada que mora em você a crescer porque, afinal, já passou da hora.
E se você quer fazer as coisas que realmente tem vontade, se pode faze-las, se se sente livre e desimpedido para buscá-las, tem que saber que grande parte do caminho vai ter que percorrer só. Pelo menos por uma parte, já que é bom não esquecer que não é fácil ser ermitão.
Há gente demais no mundo para que qualquer pessoa se sinta só.
Solidão verdadeira é aquela que se sente no deserto ou no meio do mar, quando muitos quilômetros e milhas verdadeiramente te separam do resto do mundo como você o conhece.
Solidão pra valer é aquela do doente que não tem quem cuide dele. Ou que pelo menos lhe entenda.
Solidão, para mim, é aquele momento sombrio em que a alma se desespera por algo que não pode ter nem ser. Mas esta, é bom ter atenção, na maioria das vezes é uma solidão falsa, mera distorção da realidade.
Quem ama nunca está sozinho.
Quem ama e pensa está sempre bem acompanhado.

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