quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Olhos de chuva

Quando ele me olhou, com aqueles olhos quase cinza, olhos de quem nem é muito humano, não soube o que fazer. Lá fora a chuva se preparava para cair forte mais uma vez. Caía a noite e quase caía o céu. E ele me olhava, com os olhos mais escuros que o céu do verão molhado. Senti medo de sair e senti medo de ficar. Me senti presa, emboscada, interrogada sob aquela luz ofuscante. Não tinha as respostas que ele queria. Não tinha mais nada para dizer. Não disse. E esperamos a chuva passar calados.

(inspirado em "Quase Nada 138", de Fábio Moon e Gabriel Bá)

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