sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

ALMA À FLOR DA PELE

Ela me disse que, se fosse escolher uma tatuagem, seria a palavra ALMA. Porque, para ela, tudo vem da alma. E o corpo só responde – às vezes bem, às vezes mal, depende de como sua alma o trata. Discutimos um bocado sobre isso. Disse a ela que a mim parece um conceito contraditório, como se a alma exigisse do corpo sua existência não apenas sob a pele, mas também sobre ela. Ela me olhou com seus olhos redondos, enormes e confusos. E antes que ela pudesse fazer a pergunta, respondi que achava uma ótima ideia – tatuar a palavra ALMA, assim toda em caixa alta, dava a dimensão do que ela parecia querer. E ela finalmente sentiria a contradição de se sentir mais completa com uma cicatriz, cujas cores e formas seriam escolhidas por si mesma. A contradição de sangrar sob as cores e imprimir sua alma sobre a pele. E isso lhe fazer sentir mais viva.

(para minha irmã Andréa, que um dia talvez tatue a palavra ALMA em sua pele)

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