segunda-feira, 31 de maio de 2010

Maturando

Ele nunca tinha visto alguém envelhecer assim, tão de perto. Seus pais, seus avós, seus irmãos. Ninguém envelhecia perto dele de uma maneira que ele realmente conseguisse ver. Mas o cachorro, que era preto, ia ficando branco. O cachorro, que latia tanto, ia ficando surdo - e por consequência, mudo. O cachorro não enxergava mais como antes. Batia a cabeça em lugares inesperados, agora com muito mais frequência. O cachorro sim, estava tão perto dele, tão ligado a ele, tão adaptado aos seus hábitos e horários que, o cachorro sim, ele conseguia ver passando pelo tempo e envelhecendo com ele.

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