domingo, 10 de julho de 2016

Seres semelhantes

Foi naquela noite, enquanto eu subia a rua, olhando para o chão com as pálpebras pesadas, tentando não pensar em nada mas inevitavelmente conversando com as tags pelos muros e os padrões geométricos do chão, que tive uma impressão assustadora. As pessoas que passavam por mim descendo a rua no sentido contrário pareciam todas iguais. Homens, mulheres, independente de gênero e cor, todos pareciam absolutamente iguais. A parábola da minha história tornava-se real de uma maneira surreal. Já fazia um tempo que eu reparava nisso, na verdade. Já fazia um tempo que as pessoas todas que eu conhecia assemelhavam-se. Inclusive as pessoas novas, que eram praticamente cópias das pessoas mais antigas.

[24 de março de 2016]

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