quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Café quente


Já passava das dez e nada de notícias... Roía as unhas para distrair a ansiedade, como se trocar um mau hábito por outro pudesse ter algum efeito bom; como se insistir no que não dava certo pudesse ter outro resultado além daquele que se apresentava.

Mas era inevitável a frustração que sentia... De que adiantava essa consciência sobre fazer as coisas porque elas têm que ser feitas, sem esperar nada delas? Saber e sentir eram botões com comandos completamente diferentes, grãos difíceis de se misturar na quantidade certa.

Passava das dez e meia e o café esfriava na xícara, tinha uma cor triste e bonita na superfície escura, reflexo do dia pendurado na janela, indeciso sobre o sol ou as nuvens. Sentia a manhã passar da metade, o estômago reclamar por mais uma dose de cafeína. E foi justamente quando se levantou da cadeira para pegar outro café que o telefone tocou.



Nenhum comentário:

Postar um comentário