quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Mero

Eu te empurro pra fora, te lanço no mar, não quero mais ver. E você volta, trazido pela maré cheia. Pela lembrança das pausas que eu não soube usar. Queria nadar com você, mas quando tento, afundo. Afundo nos teus olhos, que me engolem como uma nuvem de fumaça, onde nada é real ou sensível ao toque. Não há toque. A maré volta a encher e lá se vai você de novo. Eu desisto, não quero que você volte. Mas há peixes que são assim: escolhem onde morar e, na vastidão do oceano, ficam sempre no mesmo lugar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário