Talvez ela
tivesse perdido a mão. Talvez tivesse perdido a inspiração. Era difícil saber o
que tinha se perdido, mas dentro dela algo havia mudado e não reconhecia mais aquela
pessoa diante do espelho, por mais que estivesse acostumada às suas feições, aos
seus traços que não lhe chamavam mais a atenção. Não era falta de vaidade nem de
vontade, mas aquela cara igual todos os dias não era motivo de preocupação. E o
que era? Aquela sensação de nada, de não haver para onde ir, de faltar motivos
para ficar ou mesmo para voltar a ser o que era antes. O antes não lhe servia
mais. E o presente era quase tão incerto quanto o futuro. Perdera a mão para
lidar com ambos.
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