Numa manhã de domingo acordou achando ter ouvido a música
do despertador. Não era. Não era nada. Era domingo. Será? pensou com os
sentidos enroscados entre o sono e o sonho. Esticou o braço e viu que ela
estava ali, respirando como quem mergulha na profundidade. Ele queria dormir mas
não podia mais. Havia muito para pensar, para fazer, para esquecer… e uma sequência
de pensamentos que preferia evitar invadiram sua cabeça zonza como uma
avalanche – reminiscências de coisas que não existiam mais, pessoas que já não
eram mais presentes, que não podiam mais estar perto; experiências de uma época
passada e distante. Fechou os olhos e deixou que as memórias continuassem a aparecer,
como estrelas cadentes. Lutar com memórias é uma luta inútil. Além do mais, era
domingo.
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