Peço um
prato de massa com molho à bolonhesa. O garçom me adverte “Senhora, é um prato
muito bem servido. Se preferir, fazemos meia porção.”, mas eu não tenho dúvidas,
tenho fome, quero o prato inteiro; me parecem poucas as coisas à metade. Ele me
olha incrédulo, fazendo esforço para parecer gentilmente desdenhoso. Pouco tempo
depois traz o prato e se adianta com o queijo e o ralador. Eu digo “Não! Por favor,
nada de queijo!”, ele me olha mais uma vez com os olhos vitrificados de quem não
entende nada. Não quero explicar, quero comer. Ele vai embora e, quando volta,
o prato está vazio. Ele ri. Eu acendo um cigarro e peço um café. Não lhe devo
explicações.
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