O velho ria. Ria de quê, de quem? As pessoas passavam por ele e ele apenas
sorria. Diante de toda aquela miséria, embaixo da fuligem, o velho sorria. Estava
sempre ali naquele banco, naquela praça, rindo. Um dia perguntei a ele do que
tanto ria e ele me disse:
- Sou velho e estou cansado. Gosto de sentar aqui e olhar as pessoas,
elas são divertidas. O mundo, eu sei, nem sempre é divertido. Aliás, as pessoas
também não. Mas que posso eu fazer? Sou velho. Já vivi tudo isso. Agora só sorrio.
Prefiro. Porque há gente que me sorri de volta. Bom, há gente que também não
sorri, nunca! Mas que posso eu fazer? Não posso fazer nada, apenas sorrir. Acredite,
meu filho, ainda que não exista exatamente um motivo, eu acho bem melhor
sorrir.
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