O ar
parado, sem ser frio nem quente, perdido entre as estações. É inverno e o frio pinga.
Aparece dia sim, dia não, como o sol, como tudo o que é vivo e não é igual todos
os dias. Porque as pessoas não são feitas de pedra, por mais duras que sejam. Não
são feitas para perecer, por mais frágeis que sejam. Não são feitas para
hibernar, por mais inóspito que o mundo seja – porque ele também tem verão,
veranico, calor, abraço de amigo, beijo de criança que estala, gente que sabe
virar estrela, jogar capoeira, tocar guitarra, pintar com aquarela, fotografar
com filtro vermelho, escrever um poema com mais dez pessoas. E o ar parado, sem
ser frio nem quente, permanence indiferente à quem não presta atenção.
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