por uma causa perdida, o soldado perdeu o sentido.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
EM 2013...
#1) esqueci de contar os dias. os dias tomaram conta de mim.
#2) me atrasei muito. me precipitei um pouco. aos poucos aprendo que o ajuste é por um triz.
#3) mudei de nome, de endereço, de idioma e ocasionalmente de ideia. mudar é bom. mas não muito.
#4) pensei em parar de fazer listas. mas gosto tanto...
#5) tirei as ideias da cabeça, os desenhos do papel, subi as paredes, desci as ruas, entrei nos becos e nunca mais as coisas tiveram o mesmo sentido.
#2) me atrasei muito. me precipitei um pouco. aos poucos aprendo que o ajuste é por um triz.
#3) mudei de nome, de endereço, de idioma e ocasionalmente de ideia. mudar é bom. mas não muito.
#4) pensei em parar de fazer listas. mas gosto tanto...
#5) tirei as ideias da cabeça, os desenhos do papel, subi as paredes, desci as ruas, entrei nos becos e nunca mais as coisas tiveram o mesmo sentido.
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
domingo, 10 de novembro de 2013
a outra
às vezes sinto falta de quem eu fui.
e ao mesmo tempo, não sei se conheço mais aquela pessoa.
e ao mesmo tempo, não sei se conheço mais aquela pessoa.
domingo, 20 de outubro de 2013
GUERRA
O único lugar onde a guerra pode genuinamente ser boa é na poesia. É lindo ver as palavras guerreando, engolindo-se, arriscando-se a outros sentidos. Um espetáculo de arena onde pode ou não haver feridos, já que palavras têm também esse poder, o de ferir. À despeito disso, a beleza da palavra bem forjada, dissecada com precisão de balística, no exercício surreal que é fazer poesia, nisso cabe a guerra. A paz é fácil. A guerra é difícil. E viver é guerrear.
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Palavras de raiva
eu queria poder escrever com toda a raiva que sinto
expiar as palavras com a força de esfregar a alma
até que ela ficasse alva. e de alva, com drama, fuleira,
ficasse vermelha. vermelha de sangue, de raiva, de bicho vivo.
porque vivo com fome. fome de tudo que posso e mais ainda
do que não posso. do que não devo e me atrevo. desembesto.
faço tudo o que sei e mais ainda o que não sei. faço errado.
e entre um erro e outro, acerto. conserto aos poucos um pouco
do que achei não ter mais conserto. me acerto. e é desconcertante
emendar as palavras sem medo, sem buscar um sentido certo, deixar
que elas se encontrem, que se percam, que se amem, que se odeiem.
que naveguem loucas, à deriva, sem rumo, sem remo, sem rima, sem nada.
que naufraguem, que nadem muito para se salvar, mas que sobrevivam,
que não se afoguem. que experimentem a raiva de querer estar vivo.
mas essa raiva é só minha. é só meu ego comprando briga com o texto.
as palavras se defendem como podem. se enchem de plurais, se estendem.
e eu não entendo. não entendo a guerra, nem a paz, nem a regra, nem a raiva.
expiar as palavras com a força de esfregar a alma
até que ela ficasse alva. e de alva, com drama, fuleira,
ficasse vermelha. vermelha de sangue, de raiva, de bicho vivo.
porque vivo com fome. fome de tudo que posso e mais ainda
do que não posso. do que não devo e me atrevo. desembesto.
faço tudo o que sei e mais ainda o que não sei. faço errado.
e entre um erro e outro, acerto. conserto aos poucos um pouco
do que achei não ter mais conserto. me acerto. e é desconcertante
emendar as palavras sem medo, sem buscar um sentido certo, deixar
que elas se encontrem, que se percam, que se amem, que se odeiem.
que naveguem loucas, à deriva, sem rumo, sem remo, sem rima, sem nada.
que naufraguem, que nadem muito para se salvar, mas que sobrevivam,
que não se afoguem. que experimentem a raiva de querer estar vivo.
mas essa raiva é só minha. é só meu ego comprando briga com o texto.
as palavras se defendem como podem. se enchem de plurais, se estendem.
e eu não entendo. não entendo a guerra, nem a paz, nem a regra, nem a raiva.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
poliglota troglodita
J'ai des doutes
Ek twyfel
Имам сомнежи
Tengo dudas
我懷疑
Man ir šaubas
Ek twyfel
Имам сомнежи
Tengo dudas
我懷疑
Man ir šaubas
मुझे संदेह है
Imam sumnje
მე მაქვს ეჭვი
Ako adunay pagduha-duha
Ich habe zweifel
zalantza daukat
Jag tvivlar
私は疑問がある
tenho dúvidas
em muitas línguas
menos na sua.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Rita Lee e o lixeiro
Em 1980
eu tinha 5 anos e meu irmão, Marinho, 4. Éramos parceirinhos de 'fazer arte',
como diria nossa exausta mãe. Enquanto eu me pendurava em todos os lugares,
Marinho, mais comportado e medroso, ficava sempre vigiando. Se dava
problema (e como dava!) ele corria para chamar alguém.
Um dia
ele venceu o medo e me pediu ajuda para subir num tanque que havia no fundo do
quintal, assim poderia ver, sobre o muro, o caminhão de lixo passar. Criamos
então nosso pequeno ritual: ele sabia o dia e a hora, ficava atento ao barulho
do caminhão entrando na rua e, quando ouvia, dava o alarme e saíamos correndo.
Eu, mais velha e experiente, era rápida na operação de ajudá-lo a subir no
tanque, que era bem alto para o nosso tamanho. Rapidamente eu subia também para
cuidar dele.
No início fomos repreendidos, era perigoso. Explicamos então o
motivo e nossos pais ficaram curiosos – vocês querem subir no muro para ver o
caminhão de lixo? – mas bastou observar uma vez para que eles entendessem: não
existia nada mais divertido na vida do Marinho do que ver o caminhão de lixo
passar... ele acenava para todos os lixeiros e ficava encantado com a operação
do caminhão. Acordava cedo já anunciando “Hoje é dia de 'lixeilo!'”.
Devidamente
autorizados com a supervisão da mamãe, passamos (o que me pareceu) anos fazendo
isso. Na verdade devem ter sido só algumas semanas, mas eu nunca mais esqueci
esse nosso momento de descobertas.
- Marinho, o que você quer
ser quando crescer?
- 'Lixeilo'!
- E você, Monaliza?
- Eu quero ser a Rita Lee!
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
9:35
saiu de casa às 9:35. era uma hora perfeita. as formigas operárias se espremiam menos na marginal pinheiros. algumas pessoas sonham com a liberdade, mas não saberiam exatamente o que fazer com ela.
domingo, 29 de setembro de 2013
terça-feira, 24 de setembro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
no ar que respiro
esse amor que sinto, essa dor que sinto, essas emoções que as coisas todas me causam e me sufocam... partículas como dessas, que formam o ar. você simplesmente não consegue separá-las.
gosto ansioso
não é uma bobagem essa ansiedade pela primavera? não é uma bobagem essa ansiedade por qualquer coisa?
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
olhos de cigana
pôr os olhos em alguém pela primeira vez e saber, sem ter porquê, que ela nunca mais vai sair da sua vida.
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
boa noite cinderela
cansada de sonhar com o príncipe,
a princesa insone sonhava com o sono.
mas o sono era só mais um sonho
que não se realizava.
a princesa insone sonhava com o sono.
mas o sono era só mais um sonho
que não se realizava.
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
terça-feira, 10 de setembro de 2013
tumulto
tem horas em que tudo destrambelha. e outras em que tudo se ajeita. entre uma coisa e outra a vida acontece.
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
domingo, 1 de setembro de 2013
Mós sem paz
A mós que nos movimenta
Gira em círculos num sentido lento
O da paz que nos alimenta,
O da guerra que se instala com o vento
São monstros surreais o que vemos
São aves feitas de nuvens o que temos
E o que tememos não existe
A liberdade é uma ilusão
Não há nada mais livre que a solidão
E nada mais vivo que uma paixão
Portanto não há paz no plural
Somos moinhos de duas mós
Somos eu, tu, eles, nós...
Cada pá numa direção
Palavras sem rima ou explicação
É o caos que move o mundo
O vento que não vemos
O tempo que não temos
O fim inesperado
O infinito que não sabemos
Gira em círculos num sentido lento
O da paz que nos alimenta,
O da guerra que se instala com o vento
São monstros surreais o que vemos
São aves feitas de nuvens o que temos
E o que tememos não existe
A liberdade é uma ilusão
Não há nada mais livre que a solidão
E nada mais vivo que uma paixão
Portanto não há paz no plural
Somos moinhos de duas mós
Somos eu, tu, eles, nós...
Cada pá numa direção
Palavras sem rima ou explicação
É o caos que move o mundo
O vento que não vemos
O tempo que não temos
O fim inesperado
O infinito que não sabemos
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
o melhor do pior
às vezes me dá um medo muito grande de tudo ser uma grande mentira. e o pior é que não sei se, ao acordar, saberia se isso foi um sonho ou um pesadelo. sorte haver tantos momentos engraçados...
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
SEXTA ESTRANHA
o que posso dizer é que voltei pra casa com a roupa cheia de sangue. era falso. ainda assim fiquei impressionada. meus pés doeram porque tive que correr. mas meus pés sempre doem. e eu vivo correndo mesmo... no fim tudo deu certo. e eu ri quando me dei conta. mas agora, pouco antes de dormir, algo me espetava a coxa esquerda. era um espinho. não sei de onde veio...
você sobre mim
me chama a atenção
me passa um sabão
sabe da minha vida
mais que eu...
e o que adianta
se a vida é minha
e quem tem que viver
sou eu?
me passa um sabão
sabe da minha vida
mais que eu...
e o que adianta
se a vida é minha
e quem tem que viver
sou eu?
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Teoria Surreal
Segundo a Teoria das Cores, a cor não é um fenômeno físico, mas fisiológico, de caráter subjetivo e individual. Percebida através da visão, nossa compreensão da cor, na verdade, vai bem além: depende também da informação que já existe presente no cérebro. Como é composta de luz (simplificando a teoria), a sobreposição de todas as cores resulta no branco, assim como a ausência da luz resulta no preto - por isso o branco reflete a luz e o preto a absorve, de forma que roupas pretas 'esquentam' (porque 'sugam' todas as cores para suprir sua falta) e as brancas 'refrescam' (porque a cor já está preenchida, completa). Ou seja, a presença de cores pode 'aquecer' determinado ambiente, mas isso depende também de quem as enxerga e de como as 'sente' em sua atuação com o ambiente - citando literalmente a Teoria das Cores: "o que vemos não é exatamente 'o que está lá fora', mas corresponde a um MODELO SIMPLIFICADO DA REALIDADE, que é de certeza muito mais útil para a nossa sobrevivência." - Por exemplo, um objeto azul só pode ser percebido desta cor com certeza se houver luz e o olho tiver condições de enxergá-lo e percebê-lo como tal. No escuro ele não tem cor. Agora me digam, não é uma teoria surreal*?
*significado literal de SURREAL:
adj. Que significa espanto, violação de uma verdade impressionável ou que existe no contexto de sonhos, da imaginação.
Relativo a algo contraditório. s.m. O que transcende a realidade.História. Política. Resultado da compreensão de uma realidade a partir dos sonhos ou da ação do inconsciente.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
fuga de palavras
ela levantou os olhos e ele pôde ver o marrom escuro e viscoso da tristeza que morava lá dentro. ficou com medo de que, se ela respirasse mais alto, explodiria como uma bolha. ele nunca tinha visto assim de perto alguém tão frágil e lhe doía não saber como lidar com aquilo. era mais fácil ser um canalha, desviar o olhar, não pensar em nada disso, não dizer palavra - não havia palavra que coubesse ali.
PAIXONITES
a primeira vez q me apaixonei por uma coisa (e não uma pessoa) foi pelo livro. ficava fascinada de ver como meu pai ficava horas com ele. quase q simultâneamente e pelo mesmo motivo, me apaixonei pelo disco (como podia caber tanto ali dentro daquela capa bonita, encartes coloridos e aquela coisa redonda que ficava girando hipnoticamente e tinha música?). tive uma rápida paixonite pelo atari, mas ele era complicado, dava pau, envolvia muito trabalho e paciência - eu sou prática, não gosto de paixões assim - e um dia eu quebrei o atari e meu pai ficou muito bravo... foi chato. não quis mais saber do atari. até que alguém me apresentou o donkey kong. meu deus, eu não ia pra nenhum lugar sem levar isso comigo... não me lembro bem quanto tempo durou. talvez um par de meses só, mas foi muito intenso.
bom, o livro virou melhor amigo, estou sempre com ele e cada vez amo mais, exatamente como ele é. o disco virou aquele amigo q vejo sempre que posso e também vou amar pra sempre, mas confesso q não visito muito porque ele me apresentou o cd, paixão à 1a vista, e foi imediatamente substituído por ele, que também permanece num lugar cativo na minha vida até hoje. já o donkey kong sumiu, nunca mais vi... foi como um amor de verão, desses que você sabe que não terá futuro, mas do qual vai sempre se lembrar com carinho.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Mirada surreal
fitou seus olhos pesados, de uma cor triste que não combinava com o dia. tentou dar vida a eles, mas já eram natureza morta.
Fisgada
Lia para o público mas eu sentia como se fosse apenas para mim. Fisgada no primeiro instante amei suas palavras para sempre.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
LÁBIOS DE LABIRINTO
o que os mantinha juntos é que toda vez que ele voltava, ela lhe recebia com um beijo longo e quente.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
CALADO
respirou o silêncio daquela manhã gelada e mergulhou no sorriso dela, largo e cheio de sol, só porque estava ali.
sábado, 27 de julho de 2013
índio gosta sol
o sol a raiar, atrasado, com cara de matinal a uma da tarde. sol marginal, porção de presidiário. sol ordinário, onde mora o calor.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
A pecadora e o ateu
na madrugada fria sentia-se cínica. dava-se conta, pedia perdão. mas como perdoar quem julga? como questionar quem já tem tanta certeza? deixava-se levar pela angústia de não saber qual parte tinha razão. e antes de terminar a discussão, derrubava as peças do tabuleiro, encerrava o jogo brutalmente. a vida é brutal, e essa é a única regra.
a vontade
a desilusão ajuda a te manter conectado com o mundo. porém o processo dilacerante, ao te arrancar os pedaços, te deixa insensível para uma série de coisas.
CONFUSO
o amor, meu senhor, é uma grande confusão.
colocamos a culpa no coração e ele nem tem nada a ver com isso...
colocamos a culpa no coração e ele nem tem nada a ver com isso...
quinta-feira, 25 de julho de 2013
ENGOLE O CHORO
quando abro a boca e encaro minha garganta inflamada (já bem melhor, mas ainda horrorosa) ela me grita: tá doente, fica quieta!
OUVINDO VOZES
incrível é quem pega a dor e faz poesia, enche de cor. não se dobra ao surrealismo do mundo ficando cego e mudo.
domingo, 21 de julho de 2013
Inevitável
De vez em quando não conseguia evitar de pensar - será que aquela paixão toda estava, finalmente, arrefecendo? Depois de um tempo, era sabido, as coisas perdiam o brilho inicial que têm no início. Ficava de olho, à espreita daquele momento. E comemorava, secretamente, que ele demorava a chegar.
sábado, 20 de julho de 2013
testemunha eletrônica
o computador era surdo-mudo. criava palavras para os olhos, os dedos, a alma, mas tudo no silêncio de quem é apenas testemunha.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
declaração nonsense
declarou-se pela primeira vez, na terceira pessoa, sem importância nem prudência. escrevia como amava: sem regras ou sentido.
Na hora
Ela pensava em ir embora. Queria partir, voltar a vibrar, a insistir no que parecia bom. E ali chovia, fazia frio, virava o tempo de repente... e tudo estava ao tempo, acabando-se aos pouquinhos, virando outra coisa. Já era hora.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
vaga ideia
inspirei suas palavras como se fossem minhas, meu ar. e junto ao som de riscar o papel, ouvi suas ideias tomando forma de onda.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Nino
Ouvi sua caneta no papel. Falava de coisas que eu não entendia. Não eram para mim aquelas palavras... mas eu imaginava, como se fossem balões bem fofos, como bolinho-formigueiro, as letras animadas, ganhando corpo, virando parte de uma história da qual eu não era autora, nem personagem, nem nada além de ouvinte da sua caneta no papel. Adormeci assim e só percebi que não foi um sonho quando senti seus pés frios, de quem andou descalço, descansando com os meus.
terça-feira, 25 de junho de 2013
sobre a mediocridade
num dia à tarde, enquanto chovia lá fora, ela tentava evitar a chuva lá dentro.
impossível, ela concluía... era importante escolher, embora a obviedade da situação parecesse, na verdade, escassez de possibilidades.
pois se lembrava então do que Tito um dia lhe disse - "a felicidade é privilégio dos medíocres"
impossível, ela concluía... era importante escolher, embora a obviedade da situação parecesse, na verdade, escassez de possibilidades.
pois se lembrava então do que Tito um dia lhe disse - "a felicidade é privilégio dos medíocres"
quarta-feira, 3 de abril de 2013
Certo Incerto
se vc faz do jeito certo certamente dá certo.
se vc faz do jeito errado certamente dá errado.
de todo jeito, às vezes dá certo, às vezes dá errado.
e o único certo é o incerto.
se vc faz do jeito errado certamente dá errado.
de todo jeito, às vezes dá certo, às vezes dá errado.
e o único certo é o incerto.
VERGONHA
palavra do dia: VERGONHA - sf. 1. Desonra; opróbrio. 2. Sentimento penoso de desonra ou humilhação perante outrem. 3. Timidez. 4. Pudor, recato. 5. Ato, palavras, etc. indecorosos e/ou vexatórios. 6. Brio, honra.
exemplo de emprego: "Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha." - Luis Fernando Veríssimo
exemplo de emprego: "Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha." - Luis Fernando Veríssimo
terça-feira, 2 de abril de 2013
Engolidor de palavras
Engolia as palavras como um engolidor de espadas. Suas dores eram quietas e invisíveis a olho nú.
Dia 1o
acabou o dia, mas a mentira... em suas pernas curtas e tortas vai se sustentando com a ajuda da barriga.
VALOR
palavra do dia: VALOR - sm. 1. Coragem, valentia. 2. Qualidade que faz estimável alguém ou algo; valia. 3. Importância de determinada coisa; preço. 4. Papel representativo de dinheiro. 5. Legitimidade, validade. 6. Significado rigoroso de um termo.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
VERDADE
palavra do dia: VERDADE - sf. 1. Conformidade com o real; exatidão. 2. Coisa verdadeira. 3. Princípio certo.
-> sobre os 'Tipos de Verdade', segundo a Wikipedia:
A verdade é uma interpretação mental da realidade transmitida pelos sentidos, confirmada por outros seres humanos com cérebros normais e despidos de preconceitos (desejo de crer que algo seja verdade), e confirmada por equações matemáticas e lingüísticas formando um modelo capaz de prever acontecimentos futuros diante das mesmas coordenadas.
- Verdade material é a adequação entre o que é e o que é dito.
- Verdade formal é a validade de uma conclusão à qual se chega seguindo as regras de inferência a partir de postulados e axiomas aceitos.
- É uma verdade analítica a frase na qual o predicado está contido no sujeito. Por exemplo: "Todos os porcos são mamíferos".
- É uma verdade sintética a frase na qual o predicado não está contido no sujeito.
- Sofisma é todo tipo de discurso que se baseia num antecedente falso tentando chegar a uma conclusão lógica válida.
segundo Nietzsche, a verdade é um ponto de vista.
sábado, 30 de março de 2013
palavra do dia: TRAMA
sf. 1. O conjunto dos fios passados no sentido transversal do tear, entre os fios da urdidura. 2. Tela (1). 3. Enredo, intriga, tramóia, trança. 4. Conluio, conspiração.
- uso magnífico da palavra 'trama' por Borges, em poema traduzido por Augusto de Campos:
XADREZ
I
Em seu grave rincão, dois jogadores
Regem peças, sem pausa. O tabuleiro
Os prende até a aurora no certeiro
Âmbito em que se odeiam duas cores.
Dentro irradiam mágicos rigores
As formas: torre homérica, ligeiro
Cavalo, audaz rainha, rei guerreiro,
Bispo oblíquo e peões ameaçadores.
Quando os rivais já se tiverem ido,
Quando o tempo os houver já consumido,
Por certo não terá cessado o rito.
O Oriente é a origem dessa guerra
Cujo anfiteatro é hoje toda a terra.
Como o outro, este jogo é infinito.
II
Tênue rei, bispo em viés, encarniçada
Rainha, torre à frente e peão alerta
No branco e negro de uma estrada incerta
Buscam e travam a batalha armada.
Não sabem que da mão predestinada
Do jogador depende o seu destino,
Nem sabem que um rigor adamantino
Sujeita-lhes o arbítrio e a jornada.
Também o jogador é prisioneiro
(Segundo Omar) de um outro tabuleiro
De negras noites e de brancos dias.
Deus move o jogador, e este, a peça.
Que Deus atrás de Deus a trama começa
De pó e tempo e sonho e agonias?
- uso magnífico da palavra 'trama' por Borges, em poema traduzido por Augusto de Campos:
XADREZ
I
Em seu grave rincão, dois jogadores
Regem peças, sem pausa. O tabuleiro
Os prende até a aurora no certeiro
Âmbito em que se odeiam duas cores.
Dentro irradiam mágicos rigores
As formas: torre homérica, ligeiro
Cavalo, audaz rainha, rei guerreiro,
Bispo oblíquo e peões ameaçadores.
Quando os rivais já se tiverem ido,
Quando o tempo os houver já consumido,
Por certo não terá cessado o rito.
O Oriente é a origem dessa guerra
Cujo anfiteatro é hoje toda a terra.
Como o outro, este jogo é infinito.
II
Tênue rei, bispo em viés, encarniçada
Rainha, torre à frente e peão alerta
No branco e negro de uma estrada incerta
Buscam e travam a batalha armada.
Não sabem que da mão predestinada
Do jogador depende o seu destino,
Nem sabem que um rigor adamantino
Sujeita-lhes o arbítrio e a jornada.
Também o jogador é prisioneiro
(Segundo Omar) de um outro tabuleiro
De negras noites e de brancos dias.
Deus move o jogador, e este, a peça.
Que Deus atrás de Deus a trama começa
De pó e tempo e sonho e agonias?
segunda-feira, 25 de março de 2013
PARTES PARTIDAS
A partir de então voltamos ao início da partida.
E partidas agora estão as partes.
Parte de mim sabe.
Parte não sabe.
E partidas agora estão as partes.
Parte de mim sabe.
Parte não sabe.
domingo, 24 de março de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
A última noite
Quando ele entrou, encostou a porta devagar e colocou a chave com cuidado
na fechadura para não fazer barulho na noite quieta. Deu um pulo quando acendeu
a luz e viu que ela estava ali no escuro, com os olhos acesos feito dois faróis.
Ficou sem jeito diante do rosto endurecido dela. Não sabia se devia dizer boa
noite, se lhe dava um beijo, se devia perguntar se havia alguma coisa errada.
Foram segundos de desespero... sentiu-se criança novamente, prestes a levar uma
bronca da mãe. Mas ela não disse nada. Ficou ali olhando para ele como se
estivesse apenas esperando o filme acabar para levantar e ir embora. Não era um
final feliz.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
Quando nos encontramos na poesia
quando te leio, te adoro.
quando anseio por teu receio,
quando recebo-te inesperadamente,
quando tantas coisas não fazem sentido,
sabemos o que sentimos.
e se as palavras que falam sobre isso
não explicam o que é, então, que seja.
lemo-nos e somos isso: intérpretes das letras,
doutores de sorrisos, pequenos gigantes perdidos,
que se encontram na vastidão do universo e dos sentidos.
quando anseio por teu receio,
quando recebo-te inesperadamente,
quando tantas coisas não fazem sentido,
sabemos o que sentimos.
e se as palavras que falam sobre isso
não explicam o que é, então, que seja.
lemo-nos e somos isso: intérpretes das letras,
doutores de sorrisos, pequenos gigantes perdidos,
que se encontram na vastidão do universo e dos sentidos.
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
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