31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #12
Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim
do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.
#12 - A morte, segundo o Hinduísmo
Segundo a crença indiana, os elementos imponderáveis formam o suporte
da alma libertada, a qual, destituída de seus órgãos físicos, não tem
desde logo consciência de sua passagem de uma vida à outra. Mas é a
mesma alma que passa por uma série de existências: o sono sem sonho não
impede ao adormecido de ser o mesmo ao despertar.
A alma não pode perecer como o corpo.
As miragens da vida terrestre iludem o espírito humano que crê na
realidade delas. Ele se esquece de que o "fio de ouro", guia infalível
para a Unidade que o libertará de seu isolamento temporário, de sua
prisão carnal, é a única realidade neste mundo.
Om é a sílaba
sagrada, o Brama, o Absoluto, inato, Eterno, sem fim, que não morre
quando se mata o corpo; estável em meio ao instável, o grande e
onipotente Atman, todo o que o conheceu, é isento de sofrimento.
Não é pelo ensinamento que se adquire esse átman, nem pelo intelecto,
nem pela revelação abundante, mas ele adquirido pelo seu eleito.
Ou seja, é preciso escolher a libertação. O Om é a palavra que glorifica esta busca.
- trecho de 'A Morte no Hinduísmo' por Solange Lemaitre em 'O Hinduísmo' (1958).
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