Me pergunto quando foi que desistimos, quando deixamos de acreditar. Quando foi que nos impusemos tantas regras, tantos entendimentos, tantas horas desperdiçadas com coisas tolas em detrimento a tantas outras horas boas, entregues ao ócio, à paixão, à sedução das coisas simples, sem tantos entretantos assim.
Me pergunto quando deixei de ver televisão, quando troquei meus medos pela razão, quando fiquei tão forte a ponto de me mandar, de te mandar embora, de não me importar mais de começar outra vez e recomeçar outras vezes, tantas quantas forem necessárias.
Me pergunto coisas que não posso responder. Que não ouço porque não ouso dizer em voz alta. As palavras paradoxalmente me calam e me deixam surda. Me aliviam da dor sem me curar dela. Me enganam com seus duplos sentidos infantis. Eu me engano, mais uma vez. Rabisco o papel, escrevo na borda, não posso responder. Há perguntas que fazemos em vão.
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