respirou o silêncio daquela manhã gelada e mergulhou no sorriso dela, largo e cheio de sol, só porque estava ali.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
sábado, 27 de julho de 2013
índio gosta sol
o sol a raiar, atrasado, com cara de matinal a uma da tarde. sol marginal, porção de presidiário. sol ordinário, onde mora o calor.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
A pecadora e o ateu
na madrugada fria sentia-se cínica. dava-se conta, pedia perdão. mas como perdoar quem julga? como questionar quem já tem tanta certeza? deixava-se levar pela angústia de não saber qual parte tinha razão. e antes de terminar a discussão, derrubava as peças do tabuleiro, encerrava o jogo brutalmente. a vida é brutal, e essa é a única regra.
a vontade
a desilusão ajuda a te manter conectado com o mundo. porém o processo dilacerante, ao te arrancar os pedaços, te deixa insensível para uma série de coisas.
CONFUSO
o amor, meu senhor, é uma grande confusão.
colocamos a culpa no coração e ele nem tem nada a ver com isso...
colocamos a culpa no coração e ele nem tem nada a ver com isso...
quinta-feira, 25 de julho de 2013
ENGOLE O CHORO
quando abro a boca e encaro minha garganta inflamada (já bem melhor, mas ainda horrorosa) ela me grita: tá doente, fica quieta!
OUVINDO VOZES
incrível é quem pega a dor e faz poesia, enche de cor. não se dobra ao surrealismo do mundo ficando cego e mudo.
domingo, 21 de julho de 2013
Inevitável
De vez em quando não conseguia evitar de pensar - será que aquela paixão toda estava, finalmente, arrefecendo? Depois de um tempo, era sabido, as coisas perdiam o brilho inicial que têm no início. Ficava de olho, à espreita daquele momento. E comemorava, secretamente, que ele demorava a chegar.
sábado, 20 de julho de 2013
testemunha eletrônica
o computador era surdo-mudo. criava palavras para os olhos, os dedos, a alma, mas tudo no silêncio de quem é apenas testemunha.
sexta-feira, 19 de julho de 2013
declaração nonsense
declarou-se pela primeira vez, na terceira pessoa, sem importância nem prudência. escrevia como amava: sem regras ou sentido.
Na hora
Ela pensava em ir embora. Queria partir, voltar a vibrar, a insistir no que parecia bom. E ali chovia, fazia frio, virava o tempo de repente... e tudo estava ao tempo, acabando-se aos pouquinhos, virando outra coisa. Já era hora.
quinta-feira, 18 de julho de 2013
vaga ideia
inspirei suas palavras como se fossem minhas, meu ar. e junto ao som de riscar o papel, ouvi suas ideias tomando forma de onda.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Nino
Ouvi sua caneta no papel. Falava de coisas que eu não entendia. Não eram para mim aquelas palavras... mas eu imaginava, como se fossem balões bem fofos, como bolinho-formigueiro, as letras animadas, ganhando corpo, virando parte de uma história da qual eu não era autora, nem personagem, nem nada além de ouvinte da sua caneta no papel. Adormeci assim e só percebi que não foi um sonho quando senti seus pés frios, de quem andou descalço, descansando com os meus.
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