segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Dia cheio
Me pego enroscada neste dia comprido. Fui de um extremo à outro no que sinto, no que penso. Tive vontade de chorar, de rir, de gritar. E fiz todas as coisas na ordem que quis. Há um efeito lunar nisso tudo. A lua gigante ali na janela estica o dia, resistente em acabar. É o fim não apenas de um dia. É o fim de uma série de coisas, de uma estação do ano, de uma volta nova e completa do planeta, da lua, do sol. O dia não acaba porque ainda estamos aqui, enroscados na primavera pegajosa, resistentes ao verão de calor cruel, hipnotizados pela lua cheia e seus efeitos delirantes sobre as marés lá longe a encher ou aqui dentro a vazar. O dia já acabou. E já começou tudo outra vez.
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