quinta-feira, 8 de abril de 2010
Esse texto foi escrito à lápis
Te escrevo à lápis para poder apagar depois se quiser. Mentira. Eu nunca apago nada... As palavras que escrevo são como tatuagens na minha memória. Às vezes me esqueço delas, mas quando leio de novo, as reconheço, sei que são minhas, que nasceram de mim. Eu edito. Gosto de riscar ao invés de apagar. E mesmo assim te escrevo à lápis. Escrevo para dizer nada. Apenas para passear com o lápis sobre o papel. Gosto da resistência sutil do papel branco quando o grafite desliza gracioso, parecendo inofensivo só porque pode ser apagado. Não se engane: palavras salvam e palavras ferem. Não importa se nasceram da tinta ou do pó.
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