segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim #31

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#31 - O infinito depois do fim

 

Onde é o começo, onde é o fim?

Quanto de mim existe em você

e quanto de você existe em mim?

 

Somos números perfeitos, inteiros, infinitos,

a soma de nossos divisores distintos.

Seres binários, bipolares, ordinários, primos involuntários.

 

Um encontro de planetas, uma colisão.

Somos feitos da explosão do universo,

corpos celestes de destino incerto.

 

Para nos encontrar, nos perdemos.

Seguimos regras, referências, hora, calendário.

Dividimos o tempo para recontar fatos.

Fazemos conta para explicar os atos.

E fazemos de conta que é isso que importa.

 

Mas o importante é que,

como os dias, somos únicos.

E por definição, todos iguais.

Equações de rima fácil.

Frações de sentido difícil,

indivisíveis, inseparáveis, insubstituíveis.

 

Seres incríveis, coloridos como mandalas.

Infinitos em si, guardiões dos segredos

sobre o início, o meio e o fim.

   

31 histórias sobre o fim #30

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#30 - O último domingo

Uma coisa interessante desses dias que antecedem o ano novo é essa sensação de pausa no tempo. Como se todos, por esse breve momento, entrassem em comunhão. Tudo parece entoar um silêncio natural, mesmo que haja música ou qualquer outra agitação habitual, tudo fica parecendo diferente do dia-a-dia de todos os dias. No final, é só mais um domingo, o último, em contagem regressiva - e lenta, como pede o domingo - para o último dia do ano.


31 histórias sobre o fim #29

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#29 - O mar que me navega é infinito

o mar que me navega
rumo ao sol
ou às estrelas
como se o destino não importasse
contanto que a viagem seja feliz.

sábado, 29 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim #28

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#28 - Lista de desejos

 

31 histórias sobre o fim #27

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#27 - Enfim, o fim

 

O fim da estrada

o fim da linha

o fim da história, enfim.

 

O fim do dia, o fim da noite

o fim do amor que não finda a dor.

Enfim, a história que finda outra vez.

 

O fim aguardado

ou ainda o inesperado,

o fim necessário, o inevitável fim diário,

de ano, de mundo talvez.

Insistente, o fim da história mais uma vez.

 

O fim que nos preocupa, o fim que se escuta aproximar ruidoso,

rastejando vagaroso, o fim invejoso que se termine de vez

tudo o que insiste em começar outra vez.

      



31 histórias sobre o fim #26

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 


 #26 - Por enquanto

 

"se lembra quando a gente

chegou um dia a acreditar 

que tudo era  pra sempre,

sem saber que o pra sempre

sempre acaba..."


- Por enquanto, de Renato Russo

 

31 histórias sobre o fim #25

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#25 - Sobre o renascimento

 

Pergunto-me se é pela insistência do sol,

que nasce e morre todo dia,

que todas as coisas vivem.

 

31 histórias sobre o fim #24

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.



#24 - Nirvana



na trama de tuas cores
no laço de teu abraço
nas linhas paralelas que tendem ao infinito
ou ao caos do acaso
que se resgatam na impermanência
tão inerente à existência
que não tem consciência
início nem fim.

31 histórias sobre o fim #23

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#23 - Azul sem fim

 

vento fresco

água salgada

sol intenso

areia molhada

o movimento do mundo

contínuo no azul profundo

da linha de tom discreto

que num risco separa incerto

o céu, o sol, o ar

a lua, a cor, o mar.

 

31 histórias sobre o fim #22

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 


 
#22 - Questão de vida ou morte

"as cousas nao têm significação: têm existência."

 

 - O mistério das cousas, de Alberto Caieiro


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #21

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

#21 - Todas as coisas

 

o início de todas as coisas

o fim de todas as coisas

todas as coisas

estão dentro de você


31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #20

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#20 - Se o mundo acabasse amanhã, do que você se lembraria?


Se o mundo acabasse amanhã, naquele flash do último instante, eu me lembraria das coisas mais bonitas que já vi. Todos os sorrisos e olhares de cumplicidade das pessoas que amei. Todos os lugares divinos que já conheci, principalmente aqueles para onde pude voltar.



Me lembraria de todas as vezes em que me senti amada, talvez não todas, mas daquelas em que pude reparar no amor chegando, feito o vento bate no rosto quando andamos de bicicleta e a gente tem que fechar um pouco os olhos.


Se o mundo acabasse amanhã, seria uma pena, porque ele é lindo. Mas se acabasse amanhã, que pudesse ser em alegria, com cores de fantasia.


Se acabasse amanhã, acho que é disso que eu lembraria.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #19

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#19 -  Fim pontual.


Não há maior símbolo de fim do que o ponto final. 

Talvez apenas a súbita ausência dele 

ou ainda o seu exagero no formato da exclamação!

ou das terríveis reticências...

 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #18

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

#18 - Beijos infinitos

quando ele me beijou pela primeira vez achei que fosse derreter. era um beijo incendiário, guardado para mim há muito tempo, temperado com vontades intuídas e ousadas. achei que com o tempo aquele calor todo iria esmaecer, como acontece com tudo quando o tempo passa. me enganei. com o tempo seus beijos ficavam mais longos, mais saborosos, envolventes e luxuriantes. não sabia se seria sempre assim - se os beijos ficariam sempre melhores, evoluindo ao invés de tornarem-se óbvios e cansados. não importava. a teoria das coisas que esmaecem com o tempo estava derrubada. o tempo havia passado e tudo o que importava é que seus beijos só ficavam infinitamente melhores.

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #17

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

#17 - Nada se perde, tudo se transforma

As palavras guardam dentro de si combinações e significados infinitos. Trabalhar com elas transcende o prazer da leitura ou o ofício da escrita. Trabalhar as palavras é meditar sobre suas formas, conteúdos, combinações e possibilidades. É o exercício criativo da álgebra aplicada aos sentidos universais de cada língua, de cada signo, de cada caracter que vai além da semiótica e se combina com outros e consigo mesmo; que se soma, multiplica, reduz, edita, lapida. E o resultado do exercício é enxergar além do que se pode ver.

Para entender as palavras, é preciso mais do que estudá-las. É preciso amá-las e deixar que sejam livres, ferozes, verdadeiras.

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #16

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#16 - Ciclo de domingo

A vida acontece em ciclos.
De domingo a domingo
E é assim toda semana até o final.

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #15

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

 #15 - 15.12.12

Encerramento da turnê de 1/2 século de Rolling Stones.

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #14

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#14 - Love at the end

"And in the end the love you take is equal to the love you make"

The End, Beatles

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #13

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 


# 13 - A viagem do menino de asas

O menino de asas um dia se zangou e saiu do interior de Pernambuco numa longa viagem para conhecer o mundo.

Ele não sabia muito sobre a vida e o modo como o mundo é organizado. Descobriu aos poucos que, embora viajar seja um exercício de liberdade, há viagens que são muito longas, difíceis e cansativas.

O mundo é muito grande e o menino voou até seu ponto mais alto. Ficou lá um tempo meditando sobre a saudade que de repente lhe invadia e lhe deixava triste.

Pensou no percurso que fez, no vento gelado que sentiu no rosto quando sobrevoou Berlim, Pequim e a Noruega. Lembrou-se do calor do Brasil, das cores fortes das festas e da música alegre do sertão.

Foi então que o menino sentiu que aquele calor, aquelas cores e aquela música faziam seu coração bater mais forte, ritmado, num compasso que lhe enchia a alma de felicidade e lhe fazia sorrir.

Sua zanga então passou e de um salto o menino voltou pro sertão. Chegou cansado, mas foi logo bagunçar com seus amigos porque saudade boa é assim, quando chega logo ao fim.

- história inspirada na canção "Menino de asas" e publicada em 13/12/12 por ocasião do centenário de Luiz Gonzaga.


http://www.youtube.com/watch?v=xwPUb3KIoPg

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #12

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

 #12 - A morte, segundo o Hinduísmo

Segundo a crença indiana, os elementos imponderáveis formam o suporte da alma libertada, a qual, destituída de seus órgãos físicos, não tem desde logo consciência de sua passagem de uma vida à outra. Mas é a mesma alma que passa por uma série de existências: o sono sem sonho não impede ao adormecido de ser o mesmo ao despertar.

A alma não pode perecer como o corpo. As miragens da vida terrestre iludem o espírito humano que crê na realidade delas. Ele se esquece de que o "fio de ouro", guia infalível para a Unidade que o libertará de seu isolamento temporário, de sua prisão carnal, é a única realidade neste mundo.

Om é a sílaba sagrada, o Brama, o Absoluto, inato, Eterno, sem fim, que não morre quando se mata o corpo; estável em meio ao instável, o grande e onipotente Atman, todo o que o conheceu, é isento de sofrimento.

Não é pelo ensinamento que se adquire esse átman, nem pelo intelecto, nem pela revelação abundante, mas ele adquirido pelo seu eleito.

Ou seja, é preciso escolher a libertação. O Om é a palavra que glorifica esta busca.

- trecho de 'A Morte no Hinduísmo' por Solange Lemaitre em 'O Hinduísmo' (1958).

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #11

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 


#11 - O fim de um sonho

Sonhei que nadava entre os tubarões-baleia. Eles me levavam para conhecer as profundezas abissais, onde havia criaturas aterrorizantes. Não ficamos muito porque era muito escuro e fazia muito frio.
Além do mais, a vida marinha é muito mais colorida (e portanto mais adequada aos sonhos) na pouca profundidade, onde moram os chapeirões e diversos outros grupos de corais, estrelas-do-mar e poliquetas (que eu adoro!), além de plancton e krill (que os tubas-baleia adoram).
Quando chegamos à superfície, eles se despediram e eu perguntei:
- Mas por que vocês já vão?
E um deles respondeu:
- Porque precisamos almoçar e você talvez precise acordar!
Achei engraçado e pensei em argumentar, mas aí acordei…

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #10

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#10 - Segunda sem fim

 

Na infinidade de dias que se sucedem semanalmente, não há um primeiro à frente da segunda. O domingo não conta, já que tudo de um modo geral funciona a partir da segunda.
Então pulamos o primeiro dia como se ele fosse um prêmio e reiniciamos o cronômetro semanal em segunda – uma partida desajeitada, em marcha mais lenta do que pede o trânsito do mundo.
Na infinidade das segundas que se sucedem, existem segundas chances, segundas intenções, segunda classe e segundas opiniões – todas elas iniciando um ciclo à revelia da primeira possibilidade.
São as segundas que dão sequência aos ciclos. O ciclo semanal que tem a lua, por exemplo, começa na segunda – por isso Luns (em galego) ou Lunes (em espanhol) são sinônimos de segunda-feira, dia dedicado à lua.
Na infinidade de ciclos que se sucedem e compõe as segundas, existem também os segundos – espaço de tempo curtíssimo, cada um correspondendo à sexagésima parte do minuto ou ao ordinal correspondente a dois.
Nas infinidades relacionadas a dois, aos segundos, às segundas, aos pares, à etimologia das palavras de duplo sentido, aos seus sentidos, lógica, contagem, sequências… para tudo há uma ordem que mantém as coisas funcionando de maneira binária. Ou seja, partimos do zero e do um, mas estamos tratando de dois, pois só assim as coisas começam a funcionar.
Segundas são complexas… e na infinidade de coisas complexas que se sucedem, as segundas têm esse poder de parecerem infinitas só porque começam assim, com uma infinidade de significados indiretos, quase insignificantes, excessivos, inerentes à nossa própria existência e, por consequência, ao nosso próprio fim.

 

domingo, 9 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #9

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#9 - Um fim de mentira

 

Ah, as mentiras que ouço, que vivo, repito, duvido, engano. Ah se metade dessas mentiras não fossem mesmo as verdades que são, já que toda mentira tem sua razão insensata. A mentira da perna curta. A mentira deslavada. A mentira desleal. Tudo mentira. Um deus de mentira, um governo de mentira, um amor de mentira, uma vida de mentira. Ah, essa mentira que é o mundo, que é a humanidade que em sua essência é desumana. Pra quê tanta mentira? Ou pra quê tanta verdade? Eu confundo flerte com blefe. No fim, tudo é interpretar. É só fazer bem o papel. E cuidá-lo para não molhar. As mentiras são poderosas, mas facilmente perecíveis.

 

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #8

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 



#8 - Isolation

 

People say we got it made
Don't they know we're so afraid
Isolation
We're afraid to be alone
Everybody got to have a home
I-Isolation
Just a boy and a little girl
Trying to change the whole wide world
I-Isolation
The world is just a little town
Everybody trying to put us down
I-I-Isolation
I don't expect you to understand
After you caused so much pain
But then again you're not to blame
You're just a human, a victim of the insane
We're afraid of everyone
Afraid of the sun
I-I-Isolation
The sun will never disappear
But the world may not have many years
I-I-Isolation

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #7

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#7 - Finalidades

A gente tem que fazer o que sabe fazer. O rato come queijo, o gato bebe leite e eu sou palhaço.


do filme "o palhaço"

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #6

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 

#6 - Hora marcada

Não é o momento. Você está atrasado. Você está adiantado. Você está descompassado. E sua falta de compromisso, de hora, de juízo, de razão são como uma maldição. Estás condenado a esperar. Pegue sua senha e vá para o fim da fila! Mas se te der a louca, jogue fora o relógio, dispense os palpites cheios de equilíbrio e opinião. Como diria o Gullar, há que se escolher – e às vezes é melhor ser feliz do que ter razão. 


31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #5

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.


#5 - Eternidade
 
"As flores de plástico não morrem" - Titãs

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #4

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

 

 #4 - Falta de ar


O ar dentro do zeppelin.

O ar dentro do balão.

O ar ao redor de todas as coisas.

O ar dentro das nuvens.

O ar dentro das bolhas de sabão.

O ar escondido no fundo do mar.

Filtrado pelos peixes

para poder respirar.

Se um dia faltar ar,

inspire, inspire-se,

continue a nadar!


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #3

Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

#3 - Por enquanto

Por enquanto o pico mais alto,
por enquanto o oceano mais profundo;
por enquanto uma mente louca,
por enquanto o corpo de um Buda;
por enquanto um Mestre Zen,
por enquanto uma pessoa comum,
por enquanto a terra e o céu...

Sendo que não há nada além deste momento,
"por enquanto" é todo o tempo que existe.


"For the time being" de Zen Master Dogen, em livre tradução.

A viagem de Mathias e Dudu


Mathias e Dudu pegaram um ônibus em Londres e foram parar no fundo do mar.

Dudu ficou espantado porque estavam embaixo d'água e conseguiam respirar.

- Não se preocupe, é só um sonho - disse Mathias.

- Ah bom... - respondeu Dudu.

Mathias se esqueceu como acabou o sonho, mas acordou com sede.

domingo, 2 de dezembro de 2012

31 histórias sobre o fim (ou 21, caso o mundo acabe) #2


Reflexões diárias sobre o fim do ano, o fim do mundo, o fim das histórias e o início de outras coisas em histórias ilustradas.

#2 - Parlenda do domingo, pé de cachimbo, que acaba no fim do mundo

Hoje é domingo
pede cachimbo,
o cachimbo é de barro
bate no jarro,
o jarro é de ouro
bate no touro,
o touro é valente,
bate na gente
a gente é fraco
cai no buraco,
o buraco é fundo,
acabou-se o mundo.

A parlenda é uma história de origem popular, normalmente de autor desconhecido, com rimas fáceis e sentidos diversos - há inclusive quem não veja sentido. Eu vejo! E na minha história o mundo acaba no domingo para começar de novo na segunda-feira.